A Coluna ‘Fogo no Parquinho’ desta sexta mostra como um milhão é gastado em menos de quatro horas numa festa

O prefeito de Itarantim, Fábio Gusmão, do PSD, anunciou um gasto de um milhão de reais em duas apresentações de dois cantores que durarão no máximo quatro horas. Embora um milhão causou impacto por ser apenas dois cantores, mas devemos analisar a receita da prefeitura.
É importante considerar que a cidade se tornou uma referência nas festas de aniversário. Portanto, não entendo o alvoroço que algumas pessoas fizeram quando o prefeito divulgou as atrações para o festejo.
Não quero entrar em detalhes numéricos, pois não sou bom com isso, mas é evidente que investimentos em festas podem trazer resultados positivos para o município. Podemos observar que a rede hoteleira fica lotada, a economia pulsa, a cidade é mais divulgada e isso atrai (de alguma forma) empresas e mais visitantes. Assim, mais pessoas consomem na cidade, gerando economia. Esse é o aspecto cultural e econômico que gera resultados.
No entanto, é crucial ter responsabilidade com o dinheiro público, que pertence ao povo. As pessoas precisam estar atentas e questionar o que não está funcionando. Recentemente, houve questionamentos sobre a saúde no município, especialmente em relação ao hospital e a falta de remédios nos postos.
Se realmente a Secretaria de Saúde está passando por uma crise, é necessário refletir sobre os gastos. Essa reflexão deve ser feita pelo governo para dar uma resposta à sociedade, mostrando que a gestão pública tem responsabilidades não apenas com as festas – que são necessárias – mas também com a saúde do município, que é ainda mais importante.
Falando sobre educação, saúde e outras políticas essenciais para a população, podemos lembrar um fato histórico: entre 27 a.C. e 14 d.C., o imperador romano Otávio Augusto implementou a política do “Pão e Circo” em Roma. Essa política consistia em fornecer alimentos e entretenimento à população para mantê-la satisfeita e evitar revoltas. Enquanto as pessoas se distraíam com espetáculos públicos e banquetes, os problemas sociais eram esquecidos.
Voltando à nossa realidade em Itarantim, o prefeito anunciou nas redes sociais a contratação de duas bandas que custarão um milhão de reais aos cofres públicos. De acordo com informações do governo, outras atrações também serão anunciadas.
Todo ano, especialmente durante o governo de Fábio Gusmão, há burburinho na imprensa e pessoas sobre as atrações das festas de aniversário. Para mim, as festas realizadas nos últimos quatro anos pela gestão do prefeito tornaram-se uma marca forte devido à publicidade que, até mesmo a imprensa que critica divulga as atrações. Essa coluna de informação é uma publicidade da festa. Não é?
O anúncio dos cantores pelo prefeito gerou uma insatisfação em algumas pessoas que levou esse descontentamento por muitas vezes para o lado muito político.
A gestão e o povo precisam entender o peso da balança: os recursos públicos devem ser aplicados com responsabilidade na saúde e educação e também nas festas da cidade e outras festas culturais.
Mas eu me reporto aos vereadores, a Câmara de Vereadores, que também deve se posicionar sobre esses gastos, de modo especial quando se cita que a saúde passa por crise.
É fundamental que não apenas os vereadores, mas toda a população exerça o controle social sobre os gastos públicos. Devemos ficar atentos porque, diferentemente de Roma, fomos nós quem escolhemos nossos representantes através do voto em uma democracia e eles devem nos dar satisfação.