CARTA MANIFESTO ÉTNICO DOS POVOS ORIGINÁRIOS N´BORÉ/YMBORÉ, KAMAKÃ/MONGOIÓ E PATAXÓ DO TERRITÓRIO MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA.
Aconteceu na última sexta-feira (10), o Encontro Territorial de Cultura do Médio Sudoeste da Bahia, na cidade de Maiquinique, onde foi apresentado e entregue pelo Conselho Setorial dos Povos Originários a CARTA MANIFESTO ÉTNICO DOS POVOS ORIGINÁRIOS N´BORÉ/YMBORÉ, KAMAKÃ/MONGOIÓ E PATAXÓ DO TERRITÓRIO MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA, constituída pela representação das lideranças dos Povos Originários Remanescentes, Pesquisadores, Antropólogos, Políticos, Professores e Ativistas da Cultura do Território.
Que como manifesto reivindica o reconhecimento dessas etnias no território pelo Estado da Bahia e solicita a fundação e instalação de um Museu dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais e de Terreiros, e um Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), que é responsável pelo fomento e promoção das manifestações culturais populares que fortalecem a identidade da Bahia.
As políticas do CCPI orientam-se de acordo com o alinhamento do Governo do Estado ao pensamento contemporâneo da Unesco e do Ministério da Cultura, de promover políticas públicas voltadas para as culturas populares e de identidades – da cultura do sertão, de matrizes africanas, ciganas e indígenas, LGBTQ+, infância e idosos e a implantação de Educação Escolar Indígena, na perspectiva do compasso da educação intercultural no Território Médio Sudoeste.
Esteve presente Gabriel Ferraz (Cientista Político e Professor Ms. Em Desenvolvimento Social), Luciano di Maria (Pesquisador dos Povos Originários de Comunidades Tradicionais e Professor), Miller Ferraz (Antropólogo e Produtor Cultural) e Valdeique Oliveira (Representante da Câmara Técnica de Cultura do Território Médio Sudoeste, Produtor e Ativista Cultural).
Trecho do Manifesto
Esta Carta Manifesto Étnico tem como objetivo apresentar e afirmar a presença dos Povos Originários N´boré/Ymboré, Kamakã/Mongóio e Pataxó que viviam e transitaram pela bacia do Rio Pardo, atual território de identidade Médio Sudoeste da Bahia, por meio de seus remanescentes existentes na contemporaneidade no nosso território. Sua finalidade é romper com o discurso preconceituoso em relação aos Povos Originários da bacia do Rio Pardo, com vista ao seu reconhecimento e valorização.
Os contributos dos povos originários nas práticas, usos e costumes da nossa cultura expressam a diversidade multifacetada da cultura territorial, na perspectiva das cosmovisões interculturalmente entrelaçadas dos povos originários e tradicionais que participam da construção de uma cultura singular, particular, que caracteriza o Território Médio Sudoeste.
As etnias e identidades desses remanescentes permanecem vivas há centenas de gerações, sendo suas tradições, ritos, contos, agricultura, festejos, linguagens e demais práticas culturais mantidas com muita resistência. A motivação manifesta é a preservação, mobilização, materialização e educação intercultural. Constituir um campo de ações e iniciativas de preservação, mobilização, educação e outras atreladas às políticas públicas.