Documentos apresentados por Damares Alves não comprovam abuso sexual contra crianças, diz jornal
Os documentos apresentados pela ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) para garantir a veracidade das denúncias que ela fez sobre violência sexual contra crianças da Ilha de Marajó, no Pará, não comprovam a veracidade dos fatos. A informação é do jornal Estadão, que analisou as 2.093 páginas dos relatórios fornecidos pela assessoria da ex-ministra como prova da denúncia.
Durante um culto religioso realizado na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), Damares Alves afirmou que crianças da região são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações e regimes alimentares para facilitar abusos sexuais. Ainda de acordo com a ex-ministra, os menores teriam os dentes arrancados “para não morderem na hora do sexo oral”.
Após a reportagem cobrar indicíos sobre as acusações da ex-ministra, sua assessoria enviou relatórios da CPI da Pedofilia, de 2010, e o relatório de uma CPI da Assembleia Legislativa do Pará, criada para apurar práticas de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes no estado, incluíndo na Ilha de Marajó. Segundo a reportagem, nos documentos não foi encontrada nenhuma citação das acusações feitas pela ex-ministra.
Ao insistir na cobrança por provas que embasassem os relatos, a assessoria informou que seriam eventos antigos, de meados de 2019. Posteriormente, a equipe afirmou que da ex-ministra disse se tratar de casos de 2020.
Na última terça-feira (11), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) já havia determinado que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) – pasta que era comandada por Damares – informasse detalhadamente, em até três dias, todos os casos de denúncias recebidas pela pasta nos últimos sete anos. Metro1.