Romaria da Terra e das Águas é realizada pelas paróquias de Camacan e Mascote no sul da Bahia
No último domingo (09/10/2022), o município de Mascote foi marcado por um encontro de romeiras e romeiros participantes na Romaria da Terra e das Águas promovido pelas Paróquias de São Sebastião de Mascote, Santa Luzia e Camacan, com a colaboração da Comissão Pastoral da Terra (CPT) equipe Sul e Sudoeste da Bahia, que contribui na construção, coordenação, divulgação e realização.
Neste evento estiveram cerca de 250 pessoas participando, advindas de comunidades, estudantes, profissionais e organizações de base dos municípios de Santa Luzia, Mascote, Camacan, Canavieiras, Itabuna e Salvador, bem como de movimentos do campo e coletivos sociais, como o Movimento CETA (PA Dois Riachões e Terra de Santa Cruz) e Coletivo Ecumênico Bíblico (CEBI). A Romaria iniciou logo pela manhã em direção a comunidade de Jacarandá, caminhando 11 km em direção a comunidade para uma missa celebrativa para inaugurar a reforma da capela local de Nossa Senhora do Rosário.
Integrantes do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), junto com a CPT, durante a romaria, realizaram uma agitação e propaganda por meio da distribuição da Cartilha Gestão das Águas do Rio Pardo, e um panfleto denunciando os impactos sobre o Rio, como também propondo o que realizar para cuidar, recuperar as nascentes e as matas ciliares bem como no momento da missa foi apresentado a experiência da Articulação em Defesa da Bacia do Rio Pardo e aproveitou-se para chamar atenção dos graves crimes ambientais verificados durante os 11 km percorridos na margem do rio pardo, onde somente neste trecho contabilizou-se 05 “dragas” de extração de areia.
Importantes microbacias desta região estão sendo afetadas por este modelo predatório, como é caso do Rio Panelão, Água Preta, Rio Verde, Salsa e outros que juntas compõe importantes artérias hídricas que alimentam o Rio Pardo. A comunidade de Jacarandá possuía um porto de atracamento de balsas e barcos, que nas décadas de 50 e 60 foi um importante ponto de comercialização do cacau na região, como também do fluxo de embarque e desembarque de pessoas interligando com o porto no Município de Canavieiras e daí para o mar, como também para Minas Gerais.
De acordo informações dos organizadores ao site, outras propostas de atividades estão programadas para debater. No sudoeste da Bahia, região em que o rio também corta muitas audiências públicas foram realizadas junto aos órgãos público e movimentos sociais do campo que estão diretamente ligados ao rio Pardo.