No dia que se comemora Caatinga, especialistas cobram aprovação de PEC
No dia em que se comemora o dia da Caatinga, hoje quinta-feira (28), especialistas cobraram a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 504/2010) que reconhece o bioma caatinga como patrimônio nacional, que já passou pelo Senado e está em análise na Câmara dos Deputados. Os debatedores mostraram, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA), iniciativas de manejo e recuperação do semiárido brasileiro, que é rico em biodiversidade e potencial de energia solar.
O dia da Caatinga foi escolhido em homenagem ao ecológo pernambucano Vasconcelo Sobrinho. Ele foi um pioneiro no estudo do bioma que mostrou que o sertão não é só seca e miséria como muitos imaginavam, ele guarda um patrimônio biológico único no mundo que deve ser explorado de forma sustentável. Entre as espécies que só existem na caatinga estão umbu, licuri e cambuí, que além de servirem como alimento têm um valioso potencial medicinal, explicou a pesquisadora Márcia Vanusa da Silva.
O que nos chama atenção é a quantidade de saberes dessas populações, sejam elas indígenas, populações tradicionais, sejam sertanejas, que sempre conhecem essas plantas para algum uso medicinal. E a gente precisa urgente catalogar esse saber e fazer com que ele passe para as próximas gerações.
Outro grande potencial do semiárido é o de geração de energia solar. Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco, mostrou iniciativas inovadoras que já integram os paineis solares com captação de água, plantio, criação de aves e de peixes.
É possível você instalar essa unidade e produzir durante o ano inteiro, independentemente das condições climáticas. Ele promove, além da captação de água de chuva, a segurança energética. Promove o reflorestamento das áreas em processo de degradação ambiental.
Um sistema agrofotovoltaico como esse custa cerca de 30 mil reais e se paga em três anos. O presidente da Comissão, Jaques Wagner, do PT da Bahia, defendeu o financiamento público das instalações.
Eu digo sempre ao meu povo que agricultura familiar significa agricultura em dimensões familiares, mas não quer dizer sem acesso ao conhecimento, porque é aí que está a crueldade. Não tem mais sentido fazer agricultura familiar com enxada e ancinho, não é? Nós podemos fazê-lo com o exemplo de tecnologia moderna, mas é preciso decisão política para essas coisas.
*A fonte da informação é da Rádio Senado. Edição de texto Crônicas de Itarantim.