CELEBRAÇÃO] O DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO LGBTQIA+ E A LUTA POR RESPEITO E INCLUSÃO
A luta pelo direito ao respeito e à inclusão social é uma das principais marcas da classe trabalhadora em qualquer lugar do mundo. É uma das reações legítimas dos movimentos sociais e sindical contra a profusão de formas de preconceito e de discriminação criadas, pela economia capitalista, para excluir segmentos sociais dois direitos aos bens do planeta. Dentre esses movimentos de resistência, destaca-se a luta dos LGBTQIA+.
Um dos principais momentos da luta desse segmento é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Celebrada no dia 28 de junho, a data representa a resistência desse movimento e remete, mundialmente, à luta pelo respeito e promoção da equidade social e profissional, à diversidade e à identidade de gênero e pelo direito à escolha da própria orientação sexual sem que isso signifique exclusão e assassinatos.
Centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, em todos os tempos e ainda hoje são, sistematicamente, excluídas do usufruto dos direitos sociais e até mesmo à vida pelo simples fato de serem LGBTQIA+. Os assassinatos são cotidianos. O Brasil é considerado um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTQIA+ no mundo.
Um relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), divulgado em maio deste ano, o Brasil ocupa o primeiro lugar, nas Américas, em quantidade de homicídios de pessoas LGBTQIA+ e também é o líder em assassinato de pessoas trans no mundo. Dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) dão conta de que, a cada 19 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é assassinada no País.
A Rede Trans Brasil informou, também em maio de 2021, que a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é morta no Brasil e que a expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos. Por isso, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ se estendeu para o ano todo e elegeu o mês de junho ao Mês do Orgulho LGBTQIA+.
Isso sem contar as dificuldades enfrentadas no p social devido a pandemia da Covid-19, que aprofunda ainda mais os problemas de violência e de discriminação sofridos pela população LGBTQIA+. As(os) estudantes e professoras(as) vêm sofrendo opressões dentro de suas casas, nos relacionamentos virtuais e nas aulas remotas. Reconhecer a nossa história, resistir para existir e lutar por uma escola e um mundo sem LGBTQIAfobia é fundamental para termos uma sociedade mais justa.
Todo ano, durante o mês de junho, o Sinpro-DF, por meio de sua Secretaria para Assuntos de Raça e Sexualidade, participa e protagoniza comemorações da comunidade LGBTQIA+ na educação e fora dela. E também celebra o #Orgulho de várias maneiras diferentes. Nesta quarta feira (30), às 19h, acontecerá uma atividade a ser realizada pelo Sinpro-DF e pelo Coletivo LGBT da CUT – “Orgulho e desafios no mundo trabalho: LGBTQIA+, transmitidas pelas redes sociais do sindicato, a entidade reafirma e divulga as diretrizes do Currículo em Movimento da Educação Básica, para mostrar aos(às) profissionais da rede pública de ensino que é legítimo e obrigatório promover o respeito à diversidade nas escolas públicas do Distrito Federal.
Também divulgou, na semana passada, o lançamento do Almanaque LGBTQIA+, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Brasil, e disponibilizado neste link, o qual esclarece todas as dúvidas sobre a luta dos LGBTQIA+ nos locais e mundo do trabalho.
Revisitando a história
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, é comemorado em 28 de junho em referência à Rebelião de Stonewall, ocorrida em 1969, quando gays, transexuais e drag queens protestaram contra uma ação violenta de policiais nova-iorquinos que queriam fechar um bar que reunia a comunidade.
Conta-se que, na virada do dia 28 para 29 de junho de 1969, frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, iniciaram uma manifestação que durou seis dias, com protestos contra as batidas e revistas policiais em bares da comunidade LGBTQIA+. Aliada à onda de manifestações contra a Guerra do Vietnã e por direitos civis, a mobilização confrontou a repressão e deu origem ao Dia da Libertação Gay, em 1970, conhecida como a primeira Parada do Orgulho LGBTQIA+ da história.
Relatos históricos informam que, nesse dia, 28 de junho de 1969, a polícia de Nova Iorque chegou com um mandado para inspecionar o bar Stonewall Inn, como fazia regularmente. Como desta vez o donos do bar não foram avisados, quando a polícia chegou, prendeu 13 pessoas, de funcionários a frequentadores.
Dessa vez, a agressão dos policiais fez um efeito contrário, em vez de dispersar a multidão, insuflou uma reação das pessoas que estavam fora do bar e nas ruas contra aquela ação repressora. Elas se juntaram e, segundo relatos de pessoas que estavam em Stonewall, ao tentar prender uma mulher LGBT, o policial acabou por bater a cabeça dela na viatura e ela começou a pedir apoio do restante do grupo, gritando para que as pessoas começassem a jogar os materiais em volta nos policiais.
Em pouquíssimo tempo, a rebelião começou, a polícia teve de se proteger dentro do bar e os manifestantes continuaram até outros policiais e bombeiros chegarem ao local. Depois deste episódio, manifestações nos arredores da cidade ocorreram por cinco dias e envolveram milhares de pessoas.
O direito à diversidade no Currículo em Movimento da Educação Básica do DF
Desde antes de 1969, a população LGBTQIA+ reivindica seu direito ao respeito e inclusão. Embora de forma lenta, as conquistas relacionadas a esse direito têm sido consolidadas nas instituições públicas e transformadas em lei. Apesar de o País estar vivendo um governo autoritário, preconceituoso e fundmentalista no campo da educação, as leis existem e definem como deve ser a educação pública brasileira perante a diversidade.
Na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE-DF), por exemplo, o respeito à diversidade é um dos pilares do conteúdo ministrado pelo magistério público. As escolas precisam discutir nas Coordenações Coletivas a melhor forma para que os professores se apropriem destes conteúdos, e que estes sejam trabalhados em sala de aula a fim de promover, cada vez mais, uma educação pública, gratuita, laica, libertadora, crítica, democrática, inclusiva e socialmente referenciada. Fonte: SINPRO-DF