Quando a ideia é boa todo mundo quer ser o pai ou a mãe da “criança”, não é mesmo? Nada de errado em querer ser, e até certo ponto compreensível. Contudo, quando a suposta paternidade (da ideia) é baseada em interesse egoísta, ao invés de unir, desune e distanciam os poderes. Por outro lado, quando a ideia é capaz de unir “adversários” políticos, lideranças que pensam diferentes e denominações religiosas distintas é Ela (a ideia) que deve ser exaltada. É a ideia e, consequentemente, o benefício que ela trará às famílias carentes que devem ser as protagonistas.

O Projeto de Lei 007/2021 do Executivo encaminhado e aprovado por unanimidade pelos vereadores na sessão extraordinária (10/05/2021) é uma dessas ideias que coloca a POLÍTICA do nosso município onde precisa estar sempre. Esse Projeto, que chega em bom momento por conta da pandemia, garantirá que as famílias carentes sejam atendidas em suas necessidades básicas. Esse Projeto é a certeza de que a POLÍTICA e os políticos são capazes, quando querem, de construir unidade na diversidade dos partidos políticos para atender os mais vulneráveis da nossa cidade.

Portanto, nesse Projeto de Lei o mais importante, a meu ver, não é perguntar ou tentar responder quem é o autor ou coautor, o Executivo ou o Legislativo? Muito menos acreditar ser esse ou aquele poder o protagonista por deliberar ou executar, ainda que seja. Prender-se a estas questões “secundárias” seria correr o risco de apequenar o projeto, grandioso em si mesmo. Seria não perceber que a grandeza do Projeto é o de ser capaz de tornar os dois poderes e até as Instituições envolvidas tão grandes quanto.

Essa certeza sobressai ainda mais quando percebemos que algumas características presentes no projeto o tornam diferente dos demais e talvez único. Uma dessas, está registrada no Ofício Nº 022/2021 encaminhado juntamente com o Projeto de Lei ao Presidente da Câmara (Ozeias Gigante) que diz: “Salientamos que na sessão da Câmara de Vereadores do Município de Itarantim, acontecida no dia 04 de maio de 2021; inúmeros vereadores reconheceram o estado de vulnerabilidade social de grande parte dos Munícipes Itarantienses”. Ou seja, é o próprio prefeito Fábio Gusmão que reconhece a importância dos vereadores para a existência do Projeto quando alertaram da Tribuna da Câmara a vulnerabilidade social de muitas famílias.

Outra característica importante é quando o prefeito define que o projeto será organizado e desenvolvido diretamente pela Igreja Católica e a Associação dos Ministros Evangélicos do Município de Itarantim (AMEI) e demais Igrejas Evangélicas credenciadas. Ou seja, não serão os políticos ou seus assessores (de situação ou oposição) que vão organizar, mas as lideranças religiosas que conhecem muito bem as famílias carentes do município e são aptos para evitarem politicagem e injustiça no momento da distribuição dos alimentos. Outra característica relevante a registrar é que o prefeito em apenas pouco mais de quatro meses de governo aumentou de R$ 50 mil para 100 mil reais o recurso destinado ao projeto.

Por tudo isto e muito mais é que o Projeto de Lei 007/2021 deve tornar-se o modelo a ser seguido na Política nossa de cada dia. Um Projeto se não perfeito, beira a perfeição por unir o poder Executivo, o Legislativo, a Igreja Católica, as Igrejas Evangélicas (por meio da AMEI) e as famílias carentes da nossa cidade. Nesse grandioso Projeto de Lei o prefeito Fábio Gusmão conseguiu unir a cidade por uma grande causa: alimentar quem tem fome.

Por Zé Alves: *Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia e cursos de especialização no campo da Terapia Cognitiva Comportamental.