Governo Bolsonaro recusou 11 ofertas de vacinas contra Covid-19, aponta coluna
O governo federal recusou pelo menos 11 ofertas de vacinas contra a Covid-19. Esse é o número de omissões comprovadas por documentos que já são de conhecimento dos senadores da CPI da Covid, que será instalada nesta terça-feira (27) para investigar a atuação do governo Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
Segundo o Blog do Octávio Guedes, no G1, esse número ainda deve crescer ao longo das investigações, já que o relatório final deve considerar também a quantidade de vezes que o governo rejeitou a compra de imunizantes.
A campanha de vacinação segue a passos lentos no Brasil porque o país dispõe apenas de duas vacinas, a Coronavac, antes esnobada pelo presidente, e a vacina da Universidade de Oxford com o laboratório britânico AstraZeneca.
De acordo com a publicação, das 11 recusas, seis foram justamente à Coronavac. O primeiro ofício ignorado foi do dia 30 de julho do ano passado e o segundo, de 18 de agosto, ambos assinados pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Um terceiro documento foi entregue pelo próprio ao então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello.
Sem resposta, o Butantan realizou ainda três videoconferências com integrantes do Ministério da Saúde, mas nem assim a oferta avançou.
Outras três ofertas formais foram feitas pelo laboratório Pfizer. A primeira ocorreu em agosto de 2020, quando a farmacêutica americana ofereceu ao Brasil 70 milhões de doses para serem entregues em dezembro do ano passado. As outras duas ofertas também não tiveram retorno.
O ex-secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, disse que ele próprio passou a abrir as portas do Palácio do Planalto para uma negociação direta com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Porém, também não adiantou.
Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), soma à conta as duas vezes em que o governo federal se recusou a participar do consórcio Covax Facility. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse que o Brasil só aderiu ao programa no terceiro convite.
Segundo o blog, anteriormente, o acordo era visto como uma atitude globalista pelo Ministério das Relações Exteriores. Sendo assim, seria nocivo ao Brasil. O número de doses, ofertado em 212 milhões, ainda foi reduzido a pedido do governo brasileiro. Fonte: Bahia Notícias.