SAÚDE] Anvisa aprova uso emergencial de coquetel para casos leves de covid
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (20) o uso emergencial de dois medicamentos para tratamento de casos leves e moderados da covid-19. De acordo com a agência, trata-se de “anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe”, que devem ser administrados em conjunto.
Segundo informou o Congresso em Foco, a medicação é indicada para pessoas com idade a partir de 12 anos e com alto risco de progredir para formas graves da doença. “É importante destacar que esses anticorpos não previnem a doença“, reforçou a Anvisa.
Em nota, a agência também esclareceu que os anticorpos só serão administrados em hospitais, por via intravenosa. Os possíveis efeitos colaterais incluem anafilaxia (reação alérgica aguda), febre, calafrios, urticária, coceira e rubor. De acordo com a Anvisa, a segurança e a eficácia dos anticorpos continuam a ser avaliadas por meio de estudos em andamento.
“A Agência esclarece que o casirivimabe e o imdevimabe não estão autorizados para uso em pacientes hospitalizados (internados) devido à Covid-19 ou que necessitam de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica em seus tratamentos”, diz. A autorização de uso emergencial se deu em reunião da Diretoria Colegiada (Dicol).
Segundo a Anvisa, dados do estudo clínico mostram que os anticorpos não trouxeram benefício para pacientes internados, “podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados”.
Anticorpos monoclonais são proteínas feitas em laboratório e que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater patógenos nocivos, como vírus. O casirivimabe e o imdevimabe são especificamente direcionados contra a proteína de pico (spike) de Sars-CoV-2, projetada para bloquear a adesão e a entrada do vírus em células humanas.
Em um ensaio clínico com pacientes, os anticorpos, administrados em conjunto, mostraram reduzir a internação relacionada à Covid-19 e consultas de emergência em pacientes com alto risco de progressão da doença, no prazo de 28 dias após o tratamento, quando comparados ao placebo.