A Coluna ‘Fogo no Parquinho’ desta sexta-feira, traz a missão que o novo Bispo terá com o clero da Arquidiocese

Nesta sexta-feira, 29 de março, a coluna “Fogo no Parquinho” aborda um tema que muitas pessoas preferem evitar: a religião. Há um ditado famoso que diz que política, futebol e religião não devem ser discutidos. No entanto, é essencial falarmos sobre esses assuntos, de forma respeitosa, pois fazem parte do contexto social do povo brasileiro.
No último dia 22, tomou posse em Vitória da Conquista o novo Arcebispo da Arquidiocese de Vitória da Conquista, Dom Vitor. A cerimônia de posse ocorreu em dois momentos de celebração: na Catedral Metropolitana Nossa Senhora das Vitórias e em outro espaço que reuniu diversos representantes, da classe política, militar e religiosa do Estado da Bahia e de outras localidades.
A arquidiocese de Vitória da Conquista abrange uma população significativa, com quatro vicariatos e várias paróquias. Dom Vitor é natural da Bahia, nasceu em uma fazenda de nome Cipó, no município de Curaçá. Município de povo simples, ele conhece a dura realidade do povo simples e trabalhador. Esse conhecimento será crucial para enfrentar os desafios que surgem nas comunidades que compõem a Arquidiocese.
Dom Vitor, sacerdote a serviço do evangelho de Jesus Cristo, tem a missão de servir ao povo com a verdadeira opção preferencial pelos mais pobres, como pede o Evangelho. É fundamental que ele observe os padres nas paróquias mais distantes, se estão realmente servindo à comunidade ou apenas cumprindo obrigações. É essencial escutar as pessoas, especialmente aquelas envolvidas nas atividades pastorais que fazem a vida comunitária acontecer.
Neste momento crítico, é necessário um vigor novo para que a igreja abra suas portas e acolha as pessoas, em vez de afastá-las. É vital que os padres desçam do altar e compartilhem o chão com o povo, evitando a desconexão causada por carros luxuosos e vestes ostentosas. A igreja não precisa de homilias agressivas que dividem, mas sim de mensagens que unam.
Os religiosos devem entender que são servidores e têm responsabilidade com os recursos oferecidos pela comunidade. Isso inclui tanto as ofertas feitas pelo povo simples quanto o dízimo mensal, fruto do suor diário dos fiéis e que muitos estão jogando no ralo de suas vaidades.
Infelizmente, muitos padres têm desrespeitado essa colheita simples da igreja. Alguns se deixam levar pela ganância e pelo materialismo, acumulando bens de forma duvidosa e gerando desconfiança dentro das comunidades.
Dom Vitor, é urgente descontaminar alguns religiosos nas paróquias e reformar os seminários para que os novos seminaristas compreendam o verdadeiro valor de ser padre. Caso contrário, corremos o risco de formar religiosos gananciosos que não têm conexão com o povo nem com a comunidade o povo de Deus.
Dom Vitor, o dinheiro do povo é sagrado. O valor que é ofertado pela comunidade e o que é devolvido são sagrados. É inadmissível que padres, dentro dessas realidades, paróquias, não tenham responsabilidade sobre como utilizam esses recursos em benefício da comunidade.
Há uma contrariedade evidente entre o discurso do evangelho proferido por alguns padres e suas ações nas comunidades. Infelizmente, muitos deles não estão sendo exemplos a serem seguidos. É absurdo observar gastos desnecessários em pequenas paróquias, incluindo compras exorbitantes e abastecimentos de combustíveis com notas que geram desconfiança entre os fiéis.
Diante dessa realidade, é urgente que Dom Vitor tome providências na Arquidiocese. Ele deve prestar atenção especial à escuta do povo, garantindo que as vozes da comunidade sejam ouvidas e respeitadas.
Que a Boa Nova chegue!!