Mês que celebra o Dia Mundial da Água: reflexões e desafios para Itarantim

No dia 22 de março, o mundo celebrou o Dia Mundial da Água, uma data instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. Mais do que uma comemoração, é um momento para refletir sobre a importância e a urgência da preservação deste recurso vital para a vida.
Em Itarantim, não observamos nenhuma mobilização significativa por parte das instituições, especialmente da Secretaria de Meio Ambiente e Conselho para conscientizar a população sobre essa data e a relevância do mês de março em relação à água.
A situação se torna ainda mais preocupante com a iminente chegada de mineradoras ao município. Algumas já estão instaladas e as comunidades locais relatam contaminação dos rios que cruzam a região. Outras empresas estão em fase de pesquisa, e recentemente houve debates na cidade sobre a instalação dessas mineradoras, incluindo uma audiência pública que discutiu os impactos nos entornos das serras de Itarantim, onde nascem as principais fontes de água.
A chegada dessas mineradoras representa uma ameaça às nascentes essenciais da região, colocando em risco não apenas o abastecimento hídrico dos itarantienses, mas também a vida como um todo. O município já enfrenta problemas relacionados à água que abastece as casas da população e isso pode ficar pior.
Um dos pontos turísticos mais conhecidos na região é a “Água Sumida”, um local que atrai visitantes em busca de refresco nas águas que brotam ao pé das serras. Nossa redação, o site Crônica de Itarantim, fez uma visita recente a esse local, que necessita de atenção especial dos órgãos ambientais e das pessoas comprometidas com o meio ambiente. A Secretaria de Meio Ambiente e o Conselho Municipal devem implementar ações diretas e eficazes para cuidar dessa área.
No local, há um balneário muito frequentado nos fins de semana. Um morador, que reside no local há muito tempo, conhecido como Juju, nos informou que está elaborando um projeto de reflorestamento do entorno para preservar a água e a natureza do local. Ele deseja chamar a atenção das autoridades para o cuidado necessário com esse espaço vasto.
Acima deste local, que é conhecido como “caldeirão”, na parte superior, há uma barragem que é uma espécie de piscina onde as pessoas se banham; as águas brotam por baixo das pedras.
E mais acima da piscina encontra-se a barragem que é responsável pelo abastecimento de água do município, garantindo que as famílias recebam água potável em suas torneiras.
Infelizmente, esse local passou anos sem os cuidados adequados e os crimes ambientais foram frequentes na região. Muitas vezes, nenhum órgão fiscalizou ou responsabilizou os criminosos envolvidos nesses atos.
Além disso, essa área também está ameaçada pela possível chegada das mineradoras que realizam pesquisas nas proximidades. É alarmante pensar que empresas estão explorando locais onde nascem as águas de Itarantim podendo ameaçar o futuro.
Estamos celebrando março como o mês da água, mas é preocupante ver que poucas pessoas sentem a necessidade de debater esse tema com responsabilidades. Os órgãos públicos, igrejas, escolas e conselhos municipais deveriam promover discussões mais profundas sobre a questão hídrica, especialmente considerando os momentos difíceis que já enfrentamos no passado – como quando carros-pipa eram utilizados para abastecer as casas devido à falta d’água durante períodos prolongados sem chuvas no município.
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