Bomba! Prefeitura de Maiquinique gasta por mês mais de R$ 50 mil em aluguel de dois carros

Em Maiquinique, cidade do médio sudoeste da Bahia, a administração municipal parece ter descoberto uma nova forma de gastar dinheiro público: alugar carros por valores que fariam qualquer concessionária corar de vergonha. Enquanto a população enfrenta dificuldades cotidianas, a Prefeitura, sob o comando da prefeita Valéria Silveira (PV), transformou o aluguel de veículos em um verdadeiro festival de desperdício e, possivelmente, de irregularidades.
Um Pálio Adventure, ano 2015, avaliado pela Tabela FIPE em R$ 47.511,00, está sendo locado ao município de Maiquinique pelo valor médio mensal de R$ 19.160,00, quase 20 mil reais por mês para alugar um carro que, se comprado, custaria menos de 50 mil.
Mas a coisa fica ainda mais surreal quando pagamentos realizados entre maio e setembro de 2024. Nesse período, a prefeitura desembolsou a astronômica quantia de R$ 95.160,00 para manter o tal Pálio Adventure rodando. Em um único mês, o valor pago chegou a R$ 27.000,00, o que representa mais de 60% do valor total do veículo. Ou seja, em um mês, a Prefeitura pagou o equivalente a mais da metade do preço de um carro novo só para tê-lo alugado.
Mas o Pálio Adventure não está sozinho nessa jornada de absurdos. Um Fiat Siena, ano 2011, avaliado pela FIPE em R$ 30.502,00, foi alugado por R$ 33.750,00 em agosto de 2024. Sim, o aluguel mensal de um carro ultrapassou o valor de mercado do próprio veículo. E, para não perder o ritmo, em setembro, o mesmo Siena foi alugado por R$ 32.400,00. Parece que em Maiquinique o aluguel de carros é um luxo que só o contribuinte pode bancar.
Os dados estão todos disponíveis no sistema do e-TCM (Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia), onde é possível acessar as notas fiscais, processos de pagamento e planilhas detalhadas. A transparência, no entanto, só evidencia o que parece ser um uso criminoso do dinheiro público. As notas fiscais e os processos de pagamento mostram uma sucessão de valores absurdos que destoam completamente da realidade do mercado e sugerem uma gestão financeira no mínimo questionável.
O vereador Nailton Nap’s, que tem acesso a essas notas, já anunciou que está preparando um relatório detalhado para denunciar essas e outras irregularidades ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público. Segundo ele, os valores pagos em apenas cinco meses são tão escandalosos que causam indignação, especialmente em uma cidade como Maiquinique que carece de investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
É difícil, segundo informou um morador ao site Crônicas de Itarantim, não sentir revolta ao ver que enquanto a população enfrenta dificuldades, a administração municipal gasta rios de dinheiro com aluguéis de carros que beiram o absurdo.
“O que justifica pagar R$ 27.000,00 por um mês de aluguel de um Pálio Adventure”? “Que tipo de serviço especializado justifica esse valor”? “Ou será que estamos diante de mais um caso de corrupção escancarada onde o dinheiro público é desviado de forma descarada”? Perguntou.
A situação em Maiquinique é um retrato do que acontece quando a fiscalização é frágil. Enquanto isso, o contribuinte que trabalha duro para pagar seus impostos vê seu dinheiro ser desperdiçado em negócios que só beneficiam uns poucos.
É hora das autoridades competentes agirem, os vereadores. O Tribunal de Contas, o Ministério Público e os órgãos de controle externo precisam investigar a fundo essas irregularidades e responsabilizar os envolvidos. Afinal, o dinheiro público não é um recurso infinito e seu mau uso é um crime contra a população.