Escala 9×2: O retrato da nova conjuntura política na Câmara de uma oposição aniquilada pela situação
O retrato feito hoje no auditório da Câmara de Vereadores de Itarantim, que reflete o apoio em torno da candidatura de Dudu à presidência da Câmara, é uma representação fiel da situação da oposição, tanto no legislativo quanto, de forma geral, na política do município. O retrato é uma reflexão que mostra o que será a conjuntura da Câmara nos próximos anos de uma oposição que fecha o ano sem ter muitas coisas para comemorar.
Se a oposição quisesse formar uma chapa para concorrer à eleição da presidência da Câmara, não teria chance alguma, já que restaram apenas dois vereadores: Zeza Gigante e o novato Carlos Alberto, que, tudo indica, permanecerá no campo da oposição, que também não sabemos…
O vereador Dudu dos Tutas, que foi o mais votado da cidade, conseguiu reunir em torno de si os nove vereadores. Contudo, é importante lembrar que o processo político na Câmara é muito particular; por vezes, isso não reflete a conjuntura lá fora. Ou seja, isso não significa que esses vereadores estejam organicamente na base do prefeito, já que o jogo da Câmara é jogado exclusivamente dentro dela, mas uma imagem (ou um retrato) vale por mil palavras, já diz o ditado.
Uma coisa é certa: o isolamento da oposição no legislativo é alarmante. Sobrou para o mais experiente, o vereador Zeza, a tarefa de articular politicamente e debater internamente a respeito até mesmo dos discursos que fez quando foi presidente (Parece que faz um tempão desde que Zeza ocupou a presidência da Câmara), no entanto, estou escrevendo esta coluna no dia 31 de dezembro, o último dia em que Zeza ainda exerce suas funções como presidente.
Durante os quatro anos em que foi presidente, Zeza fez um excelente mandato, realizando reformas significativas no espaço da Câmara e renovando todos os seus documentos de regimento interno. Contudo, para um processo político, Zeza acabou se tornando um vereador isolado, sendo uma voz da oposição sem ecos. No meio deste processo Zeza já havia perdido apoio (por conta da cassação de três vereadores neste espaço de tempo) mas ele tinha a presidência da casa que lhe dava uma grande vantagem nas discussões contra a situação liderada pelo vereador Dudu, que hoje irá sentar na cadeira que durante quatro anos foi sua.
Por outro lado, Zeza pode buscar apoio no vereador Carlos Alberto, um novato que chega agora que tem seus atritos históricos com o governo municipal e pode causar um barulho adicional. No entanto, não podemos esquecer que Carlos Alberto não é simpático ao vereador Zeza, o que pode dificultar ainda mais as pautas e os debates da oposição dentro do legislativo. É claro que tanto o vereador Zeza quanto Carlos Alberto foram eleitos com o apoio da oposição e têm a responsabilidade de dar voz a essa oposição que já começa o ano desmoronada e precisará se reerguer das ruínas.
Será uma escala 9×2?. Mas que injustiça…