A Polícia Federal (PF) aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transferiu R$ 800 mil a uma conta nos Estados Unidos antes de viajar ao país, em dezembro de 2022, de onde aguardaria os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado no Brasil. Conforme Andréia Sadi, em seu blog no G1, estas informações constam em um documento da investigação da PF.
“Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, aponta a PF, no documento, segundo o qual, os investigados “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado” e estavam cientes dos atos ilícitos cometidos.
No caso de Bolsonaro, a Polícia Federal descobriu que foi realizada uma operação de R$ 800.000,03 para um banco com sede nos EUA, onde ele tem conta. A suspeita é que os valores podem ser decorrentes de “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”, como no caso da venda ilegal de joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, afirma a PF, que constatou que após a transferência internacional, a poupança do ex-presidente no Brasil ficou com saldo negativo de R$ 111 mil.
No documento, a PF diz ainda que “o que se concluiu é que, diante da não consumação do golpe, diversos investigados passaram a sair do país sob as mais variadas justificativas (férias ou descanso), como no caso do ex-presidente Bolsonaro e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres”.
A investigação aponta ainda que, por possuírem passaportes oficiais, os alvos deveriam entregar os documentos, já que eles facilitariam uma eventual fuga em caso de condenação criminal. (Com informações do Bahia.ba).