PF ouve militar que diz saber quem foi o mandante da morte de Marielle
A força-tarefa da Polícia Federal que investiga a morte de Marielle Franco ouviu, nesta quarta (3), o militar da reserva e ex-candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL). Ele enviou ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, uma mensagem de áudio afirmando saber quem mandou matar a vereadora.
Tanto Barros quando Cid foram presos, nesta quarta, na operação que apura fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente e de pessoas próximas a ele.
O áudio de Barros aconteceu em um contexto de conversa entre os dois militares, que foi interceptada pela PF. Várias mensagens entre os dois foram trocadas no dia 30 de novembro de 2021.
As gravações foram transcritas pelos agentes da PF e incluídas no ofício enviado pela corporação ao ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação que aconteceu na quarta.
De acordo com informações do g1, a PF apurou que Ailton Barros comunicou a Mauro que o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano teria intermediado a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde para beneficiar a esposa de Cid.
Ailton Barros, então, solicitou a Cid que intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil para resolver um problema relacionado ao visto de entrada de Siciliano no país. O ex-vereador estava tendo problemas com o visto pelo envolvimento no caso do assassinato de Marielle, segundo relatou Ailton.
Siciliano foi investigado pelo crime, na época, mas teve a participação descartada eventualmente. Barros enviou a seguinte mensagem: “De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu? “, afirmou Ailton Barros. (Metro1).