MEIO AMBINETE] Árvore amazônica de 900 anos é destaque em Santarém, no Pará
Belterra, município paraense a 65 km de Santarém, é endereço da Floresta Nacional do Tapajós, uma área com quase 530 mil hectares, entre cidades como Aveiro, Placas e Rurópolis.
Considerada uma das mais visitadas do Norte e uma das mais pesquisadas da Amazônia, segundo o ICMBio, essa unidade de conservação se destaca pelas iniciativas de uso sustentável com envolvimento da comunidade local, como a produção de biojoias, couro ecológico e turismo
A caminhada para ver a Vovozona é puxada e exige disposição. Mas essa gigante de cerca de 45 metros de altura não está sozinha.
Na Flona do Tapajós, a caminhada passa também por castanheiras, jatobás de mais de 30 metros e tauaris, árvore usada em rituais indígenas.
Em uma delas, uma timborana, o guia Ananias Castro se detém, puxa o facão preso à calça e começa a dar golpes na sapopema, como é chamada cada uma das grossas raízes ao redor do tronco, para demonstrar os antigos meios de comunicação na floresta.
O som se propaga pela mata e o silêncio do grupo só é rompido quando Ananias anuncia que a Curupira também produz o mesmo som.
“A Curupira tem andado por aqui, é isso?”, pergunto.
“Tem andado e, inclusive, ela pode estar no meio de nós e ninguém percebe porque ela é um espírito invisível”, avisa o tranquilo Ananias.
A entrada na Flona do Tapajós é grátis e o serviço de guia custa em média R$ 100 (grupo de até 5 pessoas). Na volta, é possível almoçar no local por R$ 25, cuja estrutura conta também com hospedagem em rede (R$ 25 com café da manhã).
Devido às dificuldades para se chegar à samaúma, guias de Santarém e Alter do Chão costumam oferecer uma trilha alternativa na comunidade Jamaraquá para ver um exemplar menor de samaúma. Mas nada se compara à gigante da comunidade Maguari.
*Viagem em Pauta. Por Eduardo Vessoni.