CULTURA] Hoje dia 13 comemora-se o dia nacional da cachaça, Itarantim é uma referência
Itarantim é considerada a terra da cachaça e já foi por muito tempo uma referência nessa bebida na nossa região. Hoje terça-feira 13 de setembro comemora-se o dia nacional da cachaça, dia que tem tudo a ver com a cidade de Itarantim por ser uma grande produtora e pela cidade fazer parte da produção da cachaça e culturalmente construir sua história baseada neste contexto. Que não é somente o produto líquido, mas sim também produção de conhecimento da agricultura de resistência.
Em Itarantim há uma diversidade de alambiques que produzem cachaça artesanal, muitos desses produtores sobrevivem desta produção que é caracterizado como agricultor familiar, produção orgânica. A história da cachaça remete há muito tempo tem seu contexto histórico na cultura europeia principalmente com os portugueses quando chegaram ao Brasil. Há muito tempo ela deixou de ser uma bebida popular com referência preconceituosa marginalizada e passou a ser um destilado versátil presente em todos os meios sociais.
A cachaça praticamente tem 500 anos de história no Brasil, muito antes dos portugueses chegarem aqui, segundo dados dos historiadores ela já existia, apenas houve uma adaptação no seu nome. Seu surgimento é no século XVI, é uma bebida oriunda da cana-de-açúcar que no Brasil colonial era a grande produção e o que impulsionava a economia brasileira.
Em 1635 a corte portuguesa resolveu proibir a cachaça principalmente os escravizados por que porque a coroa portuguesa temia uma revolta por parte dos escravizados em se rebelar contra a coroa. Somente um tempo depois que a coroa portuguesa e a corte viu que a produção era lucrativa, resolveram cobrar uma taxa dos escravizados e a partir daí a cachaça passou a ser um produto lucrativo que segundo os historiadores a sua renda (impostos) boa parte dela foi para reconstruir Lisboa que naquela época foi destruída por um terremoto em 1735.
Em Itarantim a cachaça hoje é produto que emprega várias famílias na produção da aguardente e é renda extra para essas famílias que trabalham nesses espaços. Apesar do pouco incentivo que o município ainda oferece a esses produtores, a produção ainda resiste dentro de um contexto cultural do município e levando o nome de Itarantim a todo país.
Por muitos anos Itarantim já foi centro de peregrinação de compradores de cachaça de toda região do sudoeste da Bahia, do extremo sul da Bahia, do sul da Bahia e norte de Minas que vinham para cá comprar a cachaça para revender nessas regiões. Até mesmo gente de outros estados já vieram a Itarantim para comprar a cachaça que tem uma qualidade que não deixa a desejar nada para outras. Produzida pelos alambiques artesanais das nossas comunidades.
Mesmo com tudo isso Itarantim não é referência na cachaça da Bahia por conta do investimento e valorização da cultura. Cidades que investiram na cultural e investimento em propaganda que hoje está além de Itarantim, como Uauá, Piripá, Mucugê, Piatã e Ubaíra são cidades produtoras de cachaça que investiram na propaganda e no marketing local, que hoje são referências a nível internacional na produção.
Nessas cidades, como por exemplo Ubaíra e Uauá, celebra-se o dia da cachaça, um dia festivo onde reúne toda a região para um grande encontro que celebra com degustação e venda fortalecendo a economia local. Nestas cidades durante estes festejos recebe turistas e visitantes de vários estados e de vários lugares do Brasil impulsionando a economia local.
Em Itarantim existe alambiques que produzem uma variedade de cachaças, até mesmo a cachaça envelhecida em barril de Carvalho como a gente encontra no alambique Bebé próximo à Água Sumida onde lá ele tem uma variedade de cachaça que você pode degustar e até mesmo fazer pedido. Um outro local é a comunidade da Água Vermelha que podemos afirmar que é a mais conhecida da região, com alambiques que produzem umas das melhores cachaças da região, como por exemplo a cachaça produzida pelo produtor Kaique, Kaique da Cachaça que vende para toda região.
Confira no Instagram Fazenda Boa Vistta, lá tem um vasto material de produção e contato de compra direto com Kaique.
Realmente o que falta na cachaça de Itarantim é apenas fazer o marketing celebrativo, porque é uma das melhores cachaças da Bahia, mas não é reconhecida pelo contexto de publicidade e investimento.
O maior símbolo de Itarantim é a cachaça, poderíamos ter um símbolo na entrada da cidade, ter isso como referência para aqueles que chegam logo perceber que Itarantim é terra da cachaça assim como as outras cidades citadas acima na matéria tem nas duas entradas.
Dia 13 de setembro dia nacional da cachaça. Viva a cachaça de Itarantim viva seus agricultores e viva todos aqueles que produzem essa bebida que é conhecida no mundo todo.
Foto da capa: Fazenda Boa Vistta, Água Vermelha, Kaique,