Cacique Babau nega envolvimento em conflito com morte no sul da Bahia
Os indígenas da Aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada em Olivença, no sul da Bahia, negam envolvimento com o conflito que deixou um morto na região entre as noites de quinta (7) e sexta-feira (8).
Um ataque a tiros resultou na morte de um jovem de 21 anos, em Una, cidade vizinha ao distrito de Olivença, que fica em Ilhéus. O caso aconteceu em uma área conhecida como Alojamento 4, em um antigo conjunto de fazendas conhecido como Unacafé. Segundo as lideranças, a antiga Unacau abrange uma extensa área de terras, sendo em maioria ocupada por posseiros, enquanto uma parte fica dentro da terra indígena.
De acordo com o cacique Rosilvado Ferreira da Silva, conhecido como Babau, o alojamento ocupado por famílias de posseiros é localizado a cerca de 8 quilômetros da aldeia.
Em áudios compartilhados em aplicativo de mensagens, entretanto, chegam a afirmar que Babau estaria envolvido com a morte do jovem de 21 anos. “O bicho pegou na Unacafé. Na noite de ontem, o grupo de Babau atacou o pessoal do assentamento da Unacafé e plantou o terror. Mataram um, rancaram o braço de outro…”, dizem. A notícia foi repercutida em veículos locais.
Procurado pelo Metro1, o cacique rechaçou as declarações e citou diversas ocasiões em que foi acusado injustamente de crimes que não cometeu. “Eu posso provar que tava em casa. Tive um estudante da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia aqui em casa fazendo uma tese, e estava aqui no dia 7, saiu no outro dia 8h da manhã”, diz.
Em nota oficial, compartilhada com entidades, o indígena afirma ainda que nunca existiram conflitos entre indígenas da comunidade e os integrantes desses acampamentos.
“Acredito que essas recentes acusações e inverdades da mídia têm o intuito de incentivar à violência e as ameaças contra nossa comunidade e suas lideranças, buscando também desacreditar nosso povo face à opinião pública. Afirmo e repito que não houve a minha participação, assim como a de nenhum membro da aldeia nesses acontecimentos”.
Segundo lideranças do Movimento de Luta pela Terra (MLT), o local foi invadido por cerca de 70 homens armados. A investigação aponta que pode ter sido uma disputa por terras que provocou o ataque.
O caso é investigado atualmente pela Polícia Federal, e pela Polícia Civil, uma vez que pode haver o envolvimento de indígenas. Fonte Metro1.