Depois das festas é hora do governo Fábio Gusmão encarar a rotina de problemas que administração irá enfrentar
Um Outdoor foi colocado na entrada da cidade por alguns professores da cidade fazendo uma legitima crítica ao governo Fábio Gusmão por não ter feito o repasse do Piso Salarial aos profissionais da educação.
O mais incrível que este Outdoor permaneceu durante todo período dos festejos de aniversario da cidade e festejos juninos como se a administração negasse a existência da placa criticando. A festa realizada em Itarantim ultrapassou os R$2 milhões, valores que estão em contratos onde a própria prefeitura divulgou e houve muitas críticas por parte da população, mas também houve muitos elogios pela realização do evento festivo que economicamente impulsionou a cidade.
No entanto o governo Fábio Gusmão precisa urgentemente resolver problemas, afinal uma festa bem organizada não é sinônimo de uma administração realizando um bom trabalho e resolvendo problemas estruturais da cidade. A festa acabou e é hora de organizar e apontar áreas em que o dinheiro público deve ser aplicado de fato.
Há, setores do governo que ainda não realizou o básico. Setores na área da administração que ainda vemos executando seus trabalhos já têm de alguma forma que funcionar, como; saúde, educação e obras, mas ainda vemos setores da administração que não funcionou, que ainda não mostrou resultado. A cidade tem um problema crônico em saneamento básico, em bairros abertos sem nenhuma estrutura, temos o esporte que ainda não funcionou e questões ambientais e na agricultura que está longe de serem resolvidos por conta ainda de não ofertarem projetos econômicos.
No aniversário da cidade, talvez todos esperavam a inauguração de uma grande obra impactante, houve a inauguração de um letreiro com o nome Itarantim que estar na BA/270 em frente a rodoviária da cidade. Houve muito alarde na inauguração e foi interessante já que outras administrações não pensaram nisso. Mas, sem efeitos para a sociedade em questões sociais de relevância.
O governo Fábio espera a verba de emenda de deputados e do governo do estado, verba esta para reforma do Mercado Municipal e a pavimentação asfáltica de algumas vias de Itarantim. Este recurso para estas reformas pode sim elevar o governo numa boa e melhor avaliação junto a comunidade, no entanto há um fator eleição pelo caminho onde o candidato que o prefeito apoia estar muito atrás nas pesquisas podendo perder o governo e algumas obras do estado poderá ser que não venham.
Sobre o Piso Salarial dos professores, há um mandado de segurança contra a administração. Muitos na cidade chegaram a dizer que alguns professores que estavam nas duas paralisações realizadas, estavam fazendo politicagem contra o governo. O certo é, sendo politicagem ou um ato cobrando seus direitos por lei, o governo sofreu um grande desgaste com os professores e isso pode ter muitas influências e consequências lá na frente.
Para terminar vou deixar com vocês a leitura de um grande poema do poeta Carlos Drummond de Andrade e o poema musicado na voz do inesquecível Paulo Diniz, Segue…
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?