Em manifesto, Polícia Federal (PF) expõe faixa cobrando do governo Bolsonaro
Policiais federais do Ceará realizaram na manhã desta terça-feira, 24, um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) para cobrar valorização das categorias da PF. Em uma das faixas colocadas em frente à superintendência regional do órgão, uma cobrança ao chefe do Executivo: “Te salvamos da facada e agora vai nos esfaquear pelas costas?”.
A frase estampada em faixa levada por policiais federais faz referência ao atentando sofrido por Bolsonaro em setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), quando foi esfaqueado por Adélio Bispo.
No ato de hoje, os manifestantes pressionam pela assinatura de uma medida provisória (MP) que garanta a reestruturação das carreiras dos servidores da área.
“É preocupante observar o tratamento que o presidente da República tem dado à Polícia Federal e aos policiais federais. Causa estranheza que das forças de segurança da União, apenas aquela responsável por investigações que dizem respeito ao governo esteja sendo constantemente desvalorizada, como se fosse uma retaliação contra à PF”, pondera o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro.
Esse é o segundo protesto de policiais federais contra Bolsonaro em menos de um mês. No último dia 28 de abril, houve atos nos 26 estados e no Distrito Federal. A categoria recebeu a promessa de Bolsonaro de uma reestruturação das carreiras, com aumento de salário acima da inflação. O governo, no entanto, resiste à ideia para não causar revolta no restante do funcionalismo e optou, em reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, por um aumento geral de 5% a todos os servidores civis e militares – o que não recompõe as perdas inflacionárias.
A proposta, ainda não formalizada, azedou o clima do governo com a segurança pública, e levou o ministro da Justiça, Anderson Torres, a receber representantes dos sindicatos. Na reunião, o ministro disse que o aumento de 5% ainda não é um martelo batido e, assim, a reestruturação prometida por Bolsonaro poderia sair do papel neste ano. Fonte: O Povo.