Coluna Wense: Bolsonaro, pandemia e reeleição
Qual vai ser o próximo absurdo do presidente Bolsonaro? O mais recente aconteceu em uma live em que o chefe do Palácio do Planalto, ao se referir a Covid-19, leu a notícia de que “vacinados estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids].
A primeira reação ao impregnado e irresponsável negacionismo veio de Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Disse que a fala de Bolsonaro foi “trágica, falsa, mentirosa e grotesca”.
O Instagram e Facebook derrubaram a live que o mandatário-mor do país, que deveria dar o bom exemplo, associa a Aids a vacina contra a Covid-19.
A preocupação do bolsonarismo, no entanto, não foi o absurdo do líder, que parece viver em outro mundo, mesmo depois de mais de 600 mil vidas ceifadas pela cruel pandemia, e sim com o aliado e principal figura do Centrão, o deputado pepista Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que tem a prerrogativa de desengavetar os pedidos de impeachment contra o “mito”, que já passam de 130.
O parlamentar, surpreendentemente, defendeu uma punição a Bolsonaro : “Se sua fala associando vacina e Aids não tiver base científica, precisará pagar”. Lira é da mesma legenda de Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil.
Os absurdos do presidente da República de plantão, mais especificamente em relação à pandemia, são quase que cotidianos. Confesso que, muitas vezes, penso que Jair Messias Bolsonaro não quer o segundo mandato via instituto da reeleição.
Se continuar assim, sequer vai para o segundo turno. É bom lembrar que o segmento evangélico, sua base eleitoral mais sólida, começa a desmoronar. Os chamados “evangélicos arrependidos” já são milhares.
Concluo o comentário com a pergunta do primeiro parágrafo: Qual vai ser o próximo absurdo do presidente Bolsonaro?