COLUNA WENSE, SÁBADO, 18 DE SETEMBRO] REELEIÇÃO CADA VEZ MAIS DISTANTE
A parte lúcida do bolsonarismo, que enxerga o desenrolar da sucessão de 2022 com os pés no chão, sabe que o segundo mandato do presidente Bolsonaro está cada vez mais distante.
O legítimo sonho do líder-mor de permanecer por mais quatro anos no comando do cargo mais cobiçado do Poder Executivo, o de presidente da República Federativa do Brasil, vem virando um grande pesadelo.
Não tem como uma candidatura que tem uma estrondosa rejeição, caminhando a passos largos para atingir 60% do eleitorado, ter sucesso nas urnas. E com um postulante que perde para todos os presidenciáveis no cenário de segundo turno. E é derrotado com uma diferença grande.
Para complicar, 57% do eleitorado, segundo recente pesquisa do instituto Datafolha, não acreditam nas declarações do presidente de plantão. A notícia de que o segundo mandato consecutivo vem perdendo apoio em dois segmentos considerados como os mais fiéis e firmes caiu como uma bomba no staff bolsonarista. Os evangélicos e o pessoal do agronegócio começam a mostrar insatisfação com o “mito”. Setores do empresariado também.
Em relação à oposição, mais especificamente ao movimento “Nem Lula, Nem Bolsonaro”, ou se chega a um consenso, se une em torno de um nome com mais chances de quebrar essa polarização (Lula versus Bolsonaro), ou o PT volta ao Palácio do Planalto.
A opção mais viável para enfrentar o lulopetismo e o bolsonarismo é, sem nenhuma dúvida, Ciro Gomes, pré-candidato do PDT. Ciro é a primeira via da chamada terceira via.
Portanto, aos partidos e suas respectivas lideranças, se realmente querem evitar que a polarização fique mais consistente, só o caminho da união em torno de uma candidatura que possa tirar o eleitorado dessa lamentável situação de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
PS – Ciro Gomes é quem mais cresce nas intenções de voto. Pelo Datafolha são três pontos em relação à última pesquisa. O pedetista, que é o único presidenciável com um projeto nacional de desenvolvimento, tem hoje 12% das intenções de voto. Outro detalhe é que sua rejeição (30%) é a menor entre os três primeiros colocados. Lula tem 38% e Bolsonaro 59%.