Que o próprio Fábio Gusmão explique em suas obrigações e contas, o quê; por quê e para que se destina seu governo
Quando eu desço quase diariamente para comprar bilhete de embarque no monumental edifício que abriga a estação metroviária da Luz, na cidade de São Paulo, observo a capacidade da engenharia civil. Porém, também, não posso deixar de observar o feito construtor da marcha humana. Há de tomarmos cuidado para não sermos agradáveis a partir da imposição de uma realidade superficial de encomenda.
Covarde e injusto procuro não ser! Porém, quase sempre observei a sutil movimentação deles entre nós. Eles estão por aí: a espera de uma oportunidade para se atracarem nas conveniências que lhes confortam — É uma pena! Para aquilo que me destinei nunca fugir de uma batalha. Porém, da trincheira, assistir muitos desaparecerem quando o fogo se intensificava. Aliás, como covardes, a espreita, que de tempos em tempos aparecem de onde nunca sabemos qual no lugar-mundo se escodem. Essa superficialidade desarrumada continua a me impressionar.
Confesso, cansado, ao voltar da cidade de Parati, no Rio de Janeiro, escrevo isso, após alguém me chamar atenção para outro texto publicado neste veículo. Se porventura, o prefeito Fábio Gusmão acreditar que “começou bem, à vista de todos/todas”, nada poderá terminar entre os quais. Não será uma opinião pessoal e truncada que suavizará o início de seu governo. Só o próprio prefeito Fábio Gusmão haverá de explicar o quê; por quê e para quê. Deste modo, realmente “todos/todas” poderão compreender o que pretende sua “nova história”.
Quando afirmamos ser uma opinião uníssona, a tratar do sentimento coletivo, corremos o risco de sermos induzidos ao erro. Há que termos cuidado com informações em opiniões, a parecer, enviesadas e intencionadas a partir de um entendimento pessoal e, um tanto desconhecível. É… Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia, já disse o dramaturgo, William Shakespeare.
Por ocasião, em benefício da dúvida, peço licença aos compositores Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Nando Reis para gritar: “Bichos escrotos venham enfeitar!”. Sou e pretendo continuar utópico e questionador por natureza. Com isso, não pretendo ser rabujo inquisidor dos que se nos apresentam como ‘intelectuais’ das teorias de encomendas. Não posso saber e não tenho como avaliar o preço de um artigo…
Portanto, só através de uma prestação de contas e serviços, o prefeito Fábio Gusmão poderá explicar o quê; por quê e para que se destina seu governo e, sim, poderemos saber e avaliar. Há pouco, ele teve uma oportunidade na câmara de vereadores e não fez: escolheu ser evasivo. Ainda que, após conhecermos os registros oficiais documentados do início de governo, não podemos dar garantia unânime (de todos/todas) em sua aceitação como parece pretender um artigo de opinião. Seria uma imposição diante do respeito que haveremos de ter com as multiplicidades de vozes numa democracia representativa.
De São Paulo, 11 de março do Ano da Graça de 2021, J Rodrigues Vieira, para o ‘site’ Crônicas de Itarantim.