SEXTOU! Você conta ou eu conto? O voto feminino completou essa semana 89 anos
89 anos da conquista do voto feminino. Onde foi que nós erramos?
Em 24 de fevereiro de 1932 as mulheres brasileiras conquistavam o direito de votar, uma grande vitória para uma sociedade extremamente machista. A luta pelos direitos políticos das mulheres já vinha desde 1891, mas passou a ganhar força no início do século XX com a militância política feminina organizada e estratégica na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, que inspirou outras mulheres ao redor do mundo e favoreceu o voto feminino em vários países.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, atualmente as mulheres representam 52% do eleitorado nacional, com cerca de 78 milhões de eleitoras, mas a luta delas por igualdade de direitos ainda continua, já que a maioria dos cargos eletivos em nosso país são ocupados por homens. “… uma das principais campanhas do Tribunal Superior Eleitoral é para atrair mulheres para a vida política.
O equilíbrio na participação de homens e mulheres na vida pública ajuda a fazer um país maior e melhor”, reforça Luís Eduardo Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.
O direito de votar é só uma das batalhas vencidas pelo movimento feminista, tão demonizado pelo patriarcado estruturado que distorce as questões levantadas e defendidas, minimizando a militância histórica e suas conquistas até aqui. Que os posicionamentos feministas incomodam a masculinidade frágil e escrota de muito ‘Alecrim Dourado’ por aí a gente já sabe faz tempo, mas o que choca de fato é ver mulheres antifeministas sabotando as ideias que tendem a beneficiá-las, massacrando aquelas que se empenham à causa e se aliando às ideologias contrárias ao que o feminismo representa.
A extrema-direita, por exemplo, maquiada pela desculpa pífia do conservadorismo, dos ‘bons costumes’ e da moral da família tradicional brasileira, elegeu Jair Messias Bolsonaro em 2018 disseminando inúmeras mentiras sobre diversos assuntos, dentre eles sobre o feminismo. Mas o que justificaria o apoio de uma mulher a alguém que se manifesta de forma tão estúpida com relação a elas? Que benefícios teriam as mulheres que se orgulham em dizer que votaram em alguém que é contra o movimento que garantiu à elas o direito do voto?
Vale recordar que o líder bolsonarista e atual presidente do país já disse que ‘fraquejou’ por ter tido uma filha, diante do fato de anteriormente ter sido pai de quatro homens. Relembre!
Em outra ocasião, durante uma entrevista à apresentadora do Programa Super Pop, Luciana Gimenez, Bolsonaro afirmou que “não pagaria a mulheres o mesmo salário dos homens”, apesar de dizer ‘que tem muita mulher que é competente’. Veja!
https://www.redetv.uol.com.br/superpop/videos/ultimos-programas/bolsonaro-diz-que-nao-pagaria-a-mulheres-o-mesmo-salario-dos-homens
Em 2003, ainda enquanto deputado, Jair Bolsonaro atacou a deputada Maria do Rosário e afirmou: “Não te estupro porque você não merece”. Observe!
Não se pode negar que muitas mulheres infelizmente ainda votam por influência ou determinação de maridos ou namorados. Ressalta-se também que muitas delas desconhecem o verdadeiro significado das pautas debatidas pelo feminismo, seja pela falta de acesso a essas informações ou pela falta de interesse em se aprofundar nesses diálogos. Todavia, nem toda antifeminista é desinformada, muitas agem com consciência contra o movimento.
Dito isso, a democracia permite que assumamos quaisquer posicionamentos que nos identifiquemos, mas as MULHERES que apoiam Bolsonaro e outros políticos que seguem o mesmo pensamento que ele não só envergonham a própria classe, como também serão lembradas como antagonistas de sua própria história.
Com a exceção de quem foi ludibriada pela falta de conhecimento de causa, usufruir de um direito conquistado pelo feminismo há 89 anos para apoiar políticos antifeministas e antidemocráticos é de uma mediocridade imensurável, no mínimo um desserviço social.